sábado, 6 de agosto de 2011
Frantz - O atelier como pintura
sábado, 6 de agosto · 11:00 - 14:00
MAC - galeria Xico Stockinger da Casa de Cultura Mario Quintana- Porto Alegre
Apropriando-se dos resíduos de outros artistas em ateliês de pintura, Frantz eleva respingos e manchas à categoria de arte e questiona o lugar da pintura contemporânea no MACRS
Frantz é um pintor que não pinta. Sobras, respingos e manchas: acidentes decorrentes do processo da pintura são tomados por empréstimo pelo artista. Figura conhecida do cenário das artes, o artista terá sua exposição FRANTZ – o ateliê como pintura inaugurada no dia 6 de agosto, sábado, às 11h, no Museu de Arte Contemporânea do RS, na Galeria Xico Stockinger. Com curadoria de Paula Ramos, a visitação se estende até o dia 04 de setembro de 2011.
Na mostra no MACRS, serão apresentadas telas de grande porte e livros confeccionados a partir do das superfícies de tecido e papel que recobriam ateliês de diversos artistas. O público também terá a oportunidade de manusear os livros. Uma experiência sensorial que está muito além de revelar a textura das obras.
No final da exposição, será lançado o livro homônimo, projeto contemplado pelo Edital 2010 do Fumproarte, o Fundo Municipal de Apoio à Produção Artística e Cultural de Porto Alegre. Registrando e analisando a produção recente do artista, o livro traz textos de Angélica de Moraes, Marcio Pizarro Noronha, Paulo Gomes e de Paula Ramos, também organizadora da publicação.
Palavras do Secretário Assis Brasil
Retalhos, aparas, fragmentos, parcelas. Agonias de cores, de texturas, de clarões. Tudo isso pode lembrar o caos, e lembra mesmo. Não podemos esquecer, contudo, que do Caos primordial fez-se unidade e matéria legível, organizou-se o Cosmos. Esse conforto estético equilibra-se no fio do conhecimento humano, mas está constantemente em discussão – e quem opera essa discussão é o artista. É ele que nos pega pela mão e nos conduz como Virgílio fez a Dante, dando-nos um caminho seguro perante visões dramáticas e, na aparência, incompreensíveis. O olhar do artista compõe e instaura uma ordem naquilo em que não vemos senão um retrato de nossas próprias perturbações.
Palavras da curadora
Esses resquícios, que há meses se acumulam na extensão quer do papel, quer da tela, manchando-a e marcando-a, são elementos do acaso. Eles não foram pensados e nem estudados. A quase que totalidade deles, inclusive, nem de Frantz são, mas de seus alunos. Movido por uma hesitação legítima, você então poderá se questionar: “Mas, se ele não fez essas pinturas, por que elas levam o seu nome?”.
Obras de Frantz com forrações do ateliê de Gilmar Francisco - MAC - Porto Alegre.
Assessoria/Fotografia: Ruth Contreras.
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